Setor de Orientação Educacional e Pedagógica

06/05/2016

FELIZ DIAS MÃES



Há quem diga que mãe é tudo igual, só muda de endereço. A verdade é que cada uma possui características bem particulares, mas com um ponto em comum. O que une todas elas é o desejo de fazer o possível e o impossível para a felicidade e o desenvolvimento de seu filho, traduzindo esses esforços em um amor incondicional. No Dia das Mães, o Colégio Pedro II homenageia todas as mães da nossa comunidade escolar, contando três histórias que exemplificam a relação dessas mulheres com seus filhos e com o colégio.


Mãe dedicada
Claudia Gomes revela que seu grande sonho era ter estudado no Colégio Pedro II. Moradora de Duque de Caxias, Claudia conta que sua família nunca a inscreveu no concurso do colégio pela distância de sua casa. Apesar disso, o Colégio Pedro II entrou em sua vida de outras formas.
Claudia inscreveu sua filha Ana Clara no processo seletivo de novos alunos para o ano letivo de 2010. Sua filha acabou não sendo sorteada, mas naquele ano houve um segundo sorteio para o preenchimento de vagas do Campus São Cristóvão I. E nessa segunda chance Ana Clara foi sorteada. “Cada vez que passava em frente ao colégio eu pensava: quando tiver um filho ele vai estudar no Pedro II. Quando veio a idade da Ana Clara ser sorteada, eu a inscrevi com muita convicção, muito desejo de que ela passasse”, afirma.

A servidora Claudia e sua filha Ana Clara, que cursa o 7º ano no Campus São Cristóvão II

Mas sua relação com o CPII não parou por aí. No mesmo ano, Claudia participou do concurso público para seleção de servidores técnico-administrativos. Formada em Letras, pela Uerj, Claudia não tentou vaga para docente, pois não possuía mestrado ou doutorado. Como já tinha alguma experiência na área, acabou se inscrevendo para o cargo de assistente de aluno.  “Muita gente falou que não valia a pena tentar porque eram apenas duas vagas, mas como eu só queria uma vi aí a chance de estar perto da Ana Clara e de estar no colégio que eu sempre tive vontade de estudar. Era uma oportunidade de realizar meu desejo de trabalhar com crianças, de ser uma servidora pública federal e de estar mais perto da minha família, já que ela faz tratamentos médicos”, explica.
Claudia foi aprovada e hoje atua como coordenadora de turno do Campus São Cristóvão I. Quase seis anos após ter ingressado no quadro de servidores da instituição, ela analisa que não é fácil trabalhar no mesmo local em que sua filha estuda. “Quando se é mãe de uma pessoa com necessidades específicas, as pessoas tendem a achar que a gente quer ficar perto do filho para ser babá dele. A então diretora, Adriane Farah, confiou em mim e acreditou que eu estaria aqui para trabalhar. Claro que eu queria estar no mesmo ambiente que minha filha por motivos pragmáticos: vir com ela para a escola, poder ser chamada caso algo acontecesse com ela, já que ela tem questões graves de saúde, e na hora da saída poder levá-la aos tratamentos médicos que ela faz – na época eram em torno de seis tratamentos”, comenta.
Ana Clara foi diagnosticada com a doença de Charcot-Marie-Tooth e por isso se locomove através de cadeira de rodas. Claudia conta que por conta disso acabou se dedicando mais a educação especial, procurando contribuir no ambiente escolar para questões como os direitos dos deficientes, a acessibilidade e buscando despertar a sensibilidade do outro sobre esses assuntos. “Temos um olhar diferenciado quando vivenciamos uma especificidade, seja ela qual for. Percebi que eu era parte da construção de uma educação inclusiva, envolvendo a comunidade escolar”, afirma.
Como educadora e mãe de uma adolescente com necessidades específicas, Claudia percebe as dificuldades, mas analisa que há no CPII um grande esforço em oferecer uma educação cada vez mais inclusiva. “Gostaríamos que não houvesse necessidade de um núcleo de atendimento para portadores de necessidades específicas em nenhuma escola, mas isso é uma utopia ainda. Acho que dentro das possibilidades de todo o colégio há um esforço imensurável por parte dos profissionais que conheço tentando dar certo. É uma realização saber que minha filha está num espaço em que vejo grande interesse e parceria do colégio na nossa realidade. Não posso negar que aqui as pessoas e a instituição têm uma grande solidariedade com a gente. Somos uma grande família no final das contas”, comenta.

Percília e sua filha Xaiany, que ingressou esse ano no CPII

Mãe batalhadora
Percília Azevedo de Almeida é empregada doméstica, tem três filhos e mora em Maricá. A realidade da família é muito simples, em casa não há computador, nem internet. Mesmo com dificuldades, Percília nunca duvidou do potencial de sua filha e no ano passado, incentivada por um amigo que possui um curso preparatório, decidiu inscrever sua filha Xaiany de Almeida Coboski, de 12 anos, no processo seletivo do Colégio Pedro II para o 6º ano do Campus Centro.
“A Xai já era bem esperta. No final do ano passado tive o apoio de algumas pessoas que trabalhavam num curso preparatório. Eles imprimiam as provas anteriores e a preparavam a partir das questões, tirando dúvidas e dando dicas. Em troca, eu fazia faxina e cortava a grama de suas casas”, conta Percília.
Quando conferiu o resultado final do concurso, Percília mal pode acreditar. “Eu só chorava porque assim como tive pessoas que me apoiaram, muitos me puxaram para trás, dizendo que ela não ia conseguir. Em casa, a gente pulava e se abraçava de alegria. Não tem coisa melhor, ver minha filha passando para uma escola de boa qualidade. Para a gente foi só o início de muitas vitórias que ainda estão por vir”, relata.
Para Percília, relembrar esses momentos sempre traz muitas emoções e esperança no futuro de seus filhos. “Quando penso nisso, penso em crescer, em ser grande profissionalmente, em ser grande mentalmente, em ter outros conhecimentos, em incentivar os outros irmãos que são menores do que ela. Penso que minha filha vai ter o que eu não pude. Vou fazer por ela o que fizeram por mim e não tem nada maior do que isso”, afirma.


Mãe determinada
Fazia 30 anos que Marta Domingos da Silva Teixeira não estudava. Trabalhando de dia e estudando em uma escola particular de noite, ela chegou a concluir o Ensino Médio, mas teve uma péssima surpresa ao tentar retirar seu diploma. "Descobri que não valeu nada, porque a escola onde estudei não era regulamentada", conta.
A vida seguiu, Marta montou uma pequena empresa, mas recentemente percebeu que queria voltar a estudar para alcançar outras metas. Foi aí que sua filha Maíra, estudante da 3ª série do Campus Duque de Caxias, teve um papel fundamental em seu retorno aos estudos. Maíra conta que quando entrou no CPII, sua mãe viu que o colégio lhe proporcionava chegar a lugares que antes não imaginava. Isso estimulou Marta a se matricular em uma escola estadual, mas que acabou não suprindo suas necessidades.
Foi no ano passado, quando a Direção informou que seriam abertas vagas para cursos do Proeja no campus, que Maíra viu uma chance de sua mãe estudar no mesmo colégio que ela. Marta, que estava quase terminando o Ensino Médio, chegou a ficar em dúvida de recomeçar do zero. "Maíra falou: 'mãe, está com medo?' Eu disse: é claro que estou com medo! É o Pedro II! Eu tinha dito à Maíra que se eu não fizesse faculdade, queria fazer um técnico, e ela disse 'faz mãe, é um curso técnico!'", conta.
Ao ser convocada para a matrícula, Marta dividiu sua felicidade com a filha. Com a rotina de estudos das duas – Maíra estuda durante o dia e Marta durante a noite – o convívio diário entre as duas ficou comprometido. "Sinto falta, mas sei que é só um período. Vejo que minha mãe está feliz e fico feliz também", revela Maíra.
Para Marta sua filha foi e continua sendo sua maior fonte de inspiração. "Acho que chega uma fase da vida onde os filhos da gente motivam mais a gente do que a gente motiva eles", analisa.
Compartilhar:

Total de visualizações

Simulador de Notas

.